sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Cegueira intelectual


Muitas vezes na vida nos vemos em situações de completa “cegueira”, uma cegueira diferenciada, que vai além do sentido da visão. Ficamos reféns de opiniões anteriormente formuladas por pessoas que nunca vimos e nem tivemos o prazer de conhecer. Essas opiniões nos servem de regra, como uma verdade absoluta, não nos esforçamos em nada para contrariá-las, ou ao menos tentar mostrar aos demais que existem outras possibilidades.
Preferimos agir como cegos diante dessas outrora chamadas “verdades absolutas”, deixamos nos contaminar pelo conformismo, o tal do sempre foi assim e nunca vai mudar. Deixamos de viver novas experiências, aprender novos caminhos, compartilhar de novas opiniões, muitas vezes por timidez e por outras vezes por egoísmo, ou seja, nos reservamos ao direito de achar que o que formulamos como verdade para nós, deve ser aceito como verdade por todos que nos rodeiam.
Achamos que a única opinião que interessa é a nossa, nada que os outros disserem vai nos fazer mudar nosso foco, nosso ângulo de visão, nossa versão dos fatos.
Como os deficientes visuais, que dependem de outros sentidos para tentar substituir o sentido da visão que lhes foi privado, deveríamos agir da mesma forma em relação as nossas opiniões, levando sempre em consideração, que nada é tão perfeito que não possa ser aperfeiçoado, opiniões diversificadas em torno de um bem comum, podem torná-lo ainda mais durável e aceito pelo que viram a conhecê-lo e talvez ajudar na sua consolidação, acrescentando seu ponto de vista ou apenas concordando com o que já foi relatado.
Devemos nos vacinar contra essa doença que contagia a maior parte dos seres humanos, a Cegueira intelectual, que faz com que viemos a agir como robôs, seres inanimados, sem sentimentos, sem capacidade de improvisação, nos limitando a movimentos mecânicos, sempre levando ao mesmo ponto, nada além disso.
A pouco tempo me foi apresentado um textos intitulados “Os seis cegos e o elefante”, que foi o que me abriu os olhos para essa realidade egoísta que vivemos nos dias de hoje, onde poucos aceitam a opinião alheia e dificilmente tentam chegar a um senso comum.
Vou tentar resumir a história aqui para vocês poderem entender o porquê de eu ter escolhido esse texto como exemplo, para tudo o que apresentei a vocês até agora neste post.
Certa vez em uma cidadezinha da Índia (País Africano onde os Elefantes são considerados animais sagrados), Haviam seis cegos, sendo que nenhum deles nunca tinha tocado e nem sabia como poderia se parecer uma Elefante. Então em um certo dia escutaram uma barulho na rua de sua casa e correram para fora, imaginando que aquele barulho poderia ser de passos de um elefante, o que lhes daria a oportunidade de toca-lo e saber como se parecia. Chegando à rua, começaram a tocar o animal, cada um tocou em uma parte do mesmo, todos tocaram partes diferentes o que levou cada um a imaginar o ser de uma maneira diferente. Após todos terem tocado o animal e terem formulado suas opiniões sobre os mesmo, ainda em êxtase pela descoberta, sentaram-se na beirada da rua e começaram a discutir, querendo impor uns aos outros a opinião recém formulada. Então vendo quão acirrada estava à discussão, o dono do animal lhes informou: “Todos vocês estão certos, mais também estão errados!”, ou seja, todos descreveram exatamente como era a parte do animal que haviam tocado, mais por pura vaidade, deixaram de prestar atenção no que cada um dos companheiros tinham conseguido formular de opinião sobre o animal, e estavam tomando cada um sua verdade como absoluta, pois faltava-lhes humildade para ouvir os demais colegas, agrupar as informações, e assim poder definir o animal por completo.

Moral da história: Se você tiver a humildade suficiente para ouvir a opinião alheia e associa-la a sua, poderá ter uma visão mais ampla e serena de tudo que vier a presenciar.


By: Rivaldo Yagi

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