sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Entrando no mundo de Alice...

Na infância nunca fui fascinado por historinhas infantis, não achava muita graça, pensava que tais histórias não acrescentariam nada em minha vida. Enganei-me, a maioria delas têm mensagens ocultas, às vezes nem tão ocultas assim, mas que nos fazem refletir sobre vários pontos, às vezes me pego pensando sobre algumas dessas histórias e tentando traçar um perfil dos personagens envolvidos na trama, e o personagem que mais me chamou atenção nos últimos tempos foi Alice, a menininha do país das maravilhas.

Pensei em Alice como uma pessoa real, e sabe lá Deus quantas Alices existem pelo mundo a fora, não falo na questão da grafia do nome e sim na personalidade, personalidade essa que formulei para ela levando em conta alguns dados da trama em que a personagem está envolvida.
Alice em minha opinião é uma pessoa introvertida, que tem por característica o isolamento. Sendo assim, para se proteger e conseguir agüentar a solidão adquirida como conseqüência de seu isolamento, criou um mundo paralelo onde habitavam todos os seus sentimentos mais íntimos materializados na forma de animais, objetos e algumas criaturas. O país das maravilhas, lugar onde ela inconscientemente aprendeu a lidar com seus sentimentos, defrontando-se com eles como se fossem seres que acabará de conhecer, mais que já habitavam seu subconsciente há tempos. No inicio da história Alice persegue um coelho, que tem como principal característica carregar um relógio e estar sempre atrasado, esse coelho reflete uma parte de seu subconsciente que clama por um amadurecimento rápido, por um sobressalto rumo à fase adulta. Também conhece no decorrer da história um chapeleiro maluco, que acha que está preso no tempo e que vive juntamente com um coelho tomando continuamente o chá das seis. Neste caso o tal chapeleiro reflete a impaciência da personagem, já que ela gostaria de crescer logo e acha que quanto mais deseja crescer, mais tempo ficará aprisionada na sua idade atual. No decorrer da história Alice acaba encontrando mais facetas de sua personalidade, como a Duquesa que sempre a compreende e na maioria das vezes lhe dá razão, mostrando a necessidade de aceitação que a personagem tenta conquistar em relação às outras pessoas e também a Rainha de copas que funcionaria como sua consciência, que ao mesmo tempo em que se aproxima das pessoas tentando se socializar, também se afasta por sentir-se deslocada do grupo. O que pude observar ao fim da história é que depois de se relacionar com todas as criaturas que refletiam seus sentimentos, Alice aprendeu que problemas devem ser encarados, que o isolamento não resolveria e sim retardaria sua evolução, e também que tudo tem seu tempo, não adianta querer pular etapas, isso faz com que o tempo pareça estar mais lento e o mundo conspirando contra nós.


By: Rivaldo Yagi

Um comentário:

Firxter disse...

Ótimos textos cara. Você escreve MUITO BEM! Já adicionei o blog aos favoritos. Abraços!