sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um Conto de Natal - Parte 2

Levantando-se e sentando-se a beira da cama Vitor olha para Natalino e começa a contar-lhe a história sobre Papai Noel que aprendera com seu avô há alguns anos atrás. Disse-lhe que Papai Noel é um senhor muito bondoso que mora na Lapônia, e que juntamente com seus duendes fica produzindo os brinquedos que as crianças gostariam de ganhar no próximo natal. Disse que pelo que sabia, Papai Noel lia todas as cartas pessoalmente e tentava realizar o desejo da criança da melhor maneira possível, e que na noite do dia 24 para o dia 25 de Dezembro saia com seu trenó puxado por suas renas mágicas para entregar todos os presentes que lhe foram pedidos, e que transportava tudo em um imenso saco vermelho, que comportava todos os desejos das criancinhas do mundo todo.

Diante do que ouvira Natalino ficou estupefato, pensando quanto tempo ficou sem saber de tudo isso, de quanto tempo havia perdido, quantos sonhos poderiam ter sido realizados se soubesse disso antes e quantos poderia realizar dali em diante, ficou imensamente feliz e começou a fazer diversos planos, sonhar acordado com tudo que poderia pedir ao bom velhinho. Porém logo caiu em si e lembrou-se de algo que logo lhe tirou o sorriso do rosto, Natalino era analfabeto, portanto não poderia escrever carta alguma.

Vitor estava feliz vendo a animação do novo amigo, mais surpreendeu-se ao ver que momentos depois os olhos brilhantes e o sorriso fácil haviam saído do rosto do amigo, deixando-o cabisbaixo e triste, então resolveu perguntar o que estava acontecendo, foi quando Natalino um pouco envergonhado falou-lhe que era analfabeto, portanto não poderia realizar nenhum de seus sonhos e que agora se sentira frustrado por não poder ter seus desejos realizados pelo Papai Noel.

Mais Vitor logo se encarregou de devolver a esperança a seu amiguinho, olhou nos olhos e disse: Olha Natalino, há algum tempo atrás eu também achava que o Papai Noel só atendia as crianças que lhe enviavam cartinhas, mas descobri que ele manda todas as noites um de seus duendes a casa de todas as crianças que não sabem escrever e anotam todos os desejos que essas crianças diziam que gostariam que fossem realizados no Natal. Natalino então se animou e perguntou: Vitor, o Papai Noel só nos dá brinquedos ou podemos pedir outras coisas? Vitor então respondeu que ainda não sabia ao certo responder a esta pergunta, pois aquele era o primeiro ano em que não pedira brinquedo algum, mas sim que pudesse ser curado de sua doença e tivesse mais alguns anos para viver com sua família antes de ir para o céu.

Diante da declaração do amigo Natalino ficou introspectivo, calado, apenas observando seu amigo sentado a cama esperando que seu pedido fosse atendido, e assim ficou até ser despertado pelo chamado Vitor, pois sem perceber ficou ausente por alguns segundos refletindo sobre o que acabara de ouvir, após voltar a si desculpou-se com Vitor e pediu-lhe que repetisse a pergunta. Vitor então perguntou o que Natalino gostaria de ganhar de Natal agora que sabia toda a história do Papai Noel, então Natalino respondeu que ainda não sabia bem o que iria pedir, mais tinha uma certeza, não seria brinquedo.

Sem perceber os garotos passaram o dia todo conversando, e quando deram por si já era fim de tarde e todos já estavam fazendo os seus preparativos para ceia de Natal, e eles precisavam se ajeitar para o jantar que teria no Hospital, contemplando os Pais e as crianças que estavam internadas. Desta forma foi se seguindo a noite até as proximidades da meia noite, e quanto mais próximo chegava das doze badaladas, mais tenso ficava o garoto Vitor, pois segundo os médicos seria seu último Natal com os familiares.

Vitor já se encontrava cansado e com sono, então pediu a sua mãe que o levasse até a cama, pois gostaria de dormir, sua mãe prontamente foi atendê-lo, pegou a cadeira de rodas onde Vitor estava acomodado e seguiu em direção ao quarto. Natalino vendo que o amigo estava se retirando pediu licença para seu pai e foi ao encontro do amigo, correu pelo corredor até chegar ao encontro do amigo, tocou seu ombro e perguntou se podia acompanhá-lo até o quarto, pois também estava cansado, Vitor entendeu o recado do amigo e sorriu ao amigo como forma de aprovação.

Continua...

By: Rivaldo Yagi

Nenhum comentário: