É de nossa natureza buscar culpados para nossas falhas e justificativas para nossos insucessos, atribuir sempre a outrem as causas de nossos próprios erros, e o fazemos na tentativa de enganar a nós mesmos, pois como diz o ditado, “O fracasso é órfão de pai e mãe”, ou seja, ninguém quer para si a responsabilidade do que é ruim ou causador de dor. Talvez isto ocorra pelo motivo de necessitarmos sempre de respostas para todas as questões, ficamos amedrontados frente ao desconhecido, e assim quando não encontramos ou não aceitamos tal resposta em nós, buscamos no que está próximo a justificativa.
Desta forma e se analisarmos a situação, veremos que quando aceitamos nossos erros e não o passamos adiante, temos como consequência a isenção da culpa, pois resolvemos o problema internamente, tiramos da experiência lições que nos servirão de base para que não cometamos novamente o mesmo erro e posteriormente o esquecemos. Algo que não acontece quando passamos esta culpa adiante, já que jogamos a responsabilidade para agentes exteriores e assim deixamos sobre eles a carga do fracasso, isentando-nos então de qualquer que seja o desfecho de tal situação.
E estes fatos nos acometem diariamente e em qualquer âmbito de nossa vida, seja pessoal ou profissional, sempre estamos passando adiante o “lixo” que produzimos, colocando condições defensivas a cada momento, tentando criar uma “desculpa coerente” que em muitas das vezes de tão condensada, acaba por fazer com que nós mesmos acreditemos que é verdade e sigamos adiante como se nada tivesse acontecido, gerando assim uma reação em cadeia, onde todos distribuem suas mazelas de maneira randômica e recebem as alheias da mesma forma, criando assim um circulo vicioso onde cada um é réu e vítima ao mesmo tempo.
Podemos achar que essa situação é inofensiva, mas é aí que nos enganamos, pois é a partir disto que surgem os conflitos, que dão motivos aos extremistas para deflagrarem guerras, que resultam em conseqüências catastróficas para a sociedade ou até mesmo para um único individuo, prova disto são atentados terroristas e os crimes passionais, que são motivados justamente pela necessidade do agressor em atribuir a outros a responsabilidade de um erro que foi seu, e que o mesmo reluta em aceitar.
Se considerarmos todos essas colocações e refletirmos sobre cada ponto expostos, iremos chegar à conclusão de que não existem culpados, pois quem aceita seus próprios erros não se culpa, e quem repassa seu erro a outros se livra deles, sendo que o receptor sabendo que o erro não lhe pertence passa-o a diante junto com os seus próprios, e esta carga vai a aumentando como uma bola de neve ladeira abaixo até encontrar um fim, que como citado anteriormente acaba da maneira que acompanhamos diariamente nos noticiários...
...o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. (Efeito Borboleta, conceito base da Teoria do caos)
By: Rivaldo Yagi
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