Quando penso em Copa do Mundo a primeira lembrança que tenho
é da Copa de 1990, como ainda tinha apenas 6 anos, não sabia muito bem o que
tudo aquilo significava, só lembro de ver a cidade enfeitada e meus Pais e tios
falando dos jogos. Na Copa de 1994 eu já sabia o que era futebol, mas não
entendia muito bem, nem cheguei a acompanhar a Copa direito, me lembro apenas
dos jogos contra Holanda e Itália, pois foi a partir desses jogos que me
interessei e comecei de fato a assistir e me apaixonar por futebol.
Quando vi aquela disputa de Pênaltis que nos deu o Tetra
experimentei uma sensação que nunca tinha experimentado antes, a paixão pelo
futebol, a agonia de ver Taffarel carregando sozinho o peso e a pressão por um
País inteiro, e o melhor de tudo, dando conta do recado. Taffarel foi por
instantes o homem mais importante do Brasil, era nas mãos dele que estavam
milhões de corações Brasileiros, e ele com a frieza inerente a qualquer grande
goleiro nos deu o Tetra Campeonato.
Daquele dia em diante o futebol se tornou parte da minha
vida, comecei a estudar futebol, assistir jogos atrás de jogos e acompanhar não
só a nossa seleção, mas também seleções e times Mundo a fora.
Em 1998 foi de fato minha primeira Copa, assisti todos os
jogos, conhecia todos os jogadores da Seleção Brasileira e os principais
jogadores das Seleções adversárias, e dentro do que entendia de futebol achei
que ganharíamos aquela Copa, tínhamos sem dúvidas o melhor time, mas
encontramos no caminho uma seleção Francesa inspirada, com um magnífico Zidane.
Mas o ponto alto daquele torneio foi à vitória sobre a Holanda nos pênaltis,
como contra a Itália em 1994, e mais uma vez Taffarel foi decisivo.
No intervalo entre as Copas de 1998 e 2002, nosso futebol
passou por um momento de crise, a Seleção não fazia bons jogos, os jogadores
pareciam não conseguir repetir na Seleção o desempenho que tinham em seus
Clubes, nossa principal esperança de gols estava se recuperando de uma lesão
gravíssima no joelho, que fez com que a mídia desse sua carreira por terminada.
Eis que surge Luís Felipe Scolari, o Felipão, que consegue classificar a
Seleção para Copa aos trancos e barrancos, convocando jogadores de destaque
somente dentro do País e deixando de fora Romário, que estava em ótima forma e
era pedido por todos na Seleção.
Felipão se manteve convicto de que não levaria Romário, mas
deu uma chance de ouro para Ronaldo calar os críticos e todos os que o
consideravam acabado para o futebol. Ronaldo foi realmente um Fenômeno, jogando
demais e fazendo gols importantes para a Seleção, gols que fizeram dele o
Artilheiro da Copa e o Herói da final contra Alemanha de Oliver Kahn. O Brasil
enfim era Penta Campeão Mundial de Futebol, e Ronaldo que em 1998 foi
responsabilizado pela crítica por conta da derrota para a França, ressurgia
como o Melhor jogador do Mundo pela terceira vez.
Na Copa de 2006, tínhamos sem dúvidas a melhor Seleção
Brasileira depois da Seleção de 1982. Contávamos com Ronaldo, Ronaldinho,
Rivaldo, Kaká, Adriano Imperador, entre outros jogadores que eram descritos como
os melhores de suas posições, porém aquele grupo de jogadores não era um time,
não jogavam coletivamente, alguns estavam fora de forma, outros eram muito
individualistas, e a Seleção ficou pelo caminho, mais um vez a França foi o
carrasco Brasileiro, com mais um show de Zidane o Brasil voltava para casa mais
cedo, sem o hexa e com um novo vilão, Roberto Carlos e seu episódio com a meia.
Coma decepção da Copa de 2006 nas costas, a CBF decide
trazer o ex-capitão Dunga para treinar a equipe, algo que surpreendeu toda a
mídia esportiva, pois se tratava de um técnico inexperiente, que não possuía nenhum
trabalho de expressão, mas que acabou dando certo, ganhou torneios importantes,
construiu uma base forte, mas infelizmente não pode contar com os craques de outrora.
Ronaldinho estava em má fase, assim como Adriano Imperador, e ambos não foram
chamados para o Copa do Mundo, Kaká que era o melhor jogador Brasileiro da
época e o responsável por fazer o Time jogar estava com problemas físicos, e
não conseguiu jogar uma boa Copa. Dessa forma o melhor jogador do Brasil era
Elano, e este estava fazendo uma ótima Copa, compensando a “ausência” de Kaká, mas
infelizmente sofreu uma grave lesão no jogo contra a Costa do Marfim e
desfalcou o Brasil no restante do torneio. Com isso o Brasil perdeu muito de
sua força e caiu diante da Seleção da Holanda, perdendo de virada por 2 x 1, e
o vilões eleitos da vez foram Felipe Mello, que vinha fazendo uma ótima Copa e
Júlio César, que também jogou machucado e falhou nos dois gols da Holanda. O
Brasil deixou a Copa de 2010, na esperança que 2014 em casa tivesse melhor
sorte.
Agora a Copa seria em casa, o Brasil País sede precisaria
mostrar serviço, e trouxe para o comando da Seleção o técnico Mano Menezes, que
fazia excelente trabalho no Corinthians, mas que só assumiu porque Murici
Ramalho abriu mão do convite. Mano tinha a difícil missão de mais uma vez reformular
a Seleção, convocou vários jogadores, fez algumas apostas, e quando parecia ter
encontrado o grupo ideal foi substituído por Felipão, que retornou para Seleção
com a “obrigação” de fazer o time jogar e devolver a Seleção o respeito dos
adversários, que há tempos havia perdido.
Felipão manteve a base deixada por Mano Menezes, trouxe
alguns novos jogadores, implantou sua filosofia de trabalho e conseguiu conquistar
a Copa das Confederações, com um time vibrante e dedicado, coisa que não se via
na Seleção desde seu último trabalho em 2002, o que devolveu ao povo Brasileiro
a confiança na Seleção, que agora tem a missão de trazer o Hexa e a batalha
começa hoje, às 17:00, na Arena Itaquera.
Boa sorte Felipão, jogadores e comissão técnica, o povo está
com vocês!
By: Rivaldo Yagi
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