Sem dúvidas se trata de um tema polêmico, pois não se sabe se a sociedade Brasileira está preparada para lidar com esse problema, que atualmente aflige uma grande parcela da população. Contudo trata-se de um primeiro passo, uma indicativa de que se está começando a se enxergar verdadeiramente o usuário de Drogas como doente, não mais como criminoso, o que não é o caso. Não nos cabe entrar no mérito de como chegou ao ponto de se tornar dependente de substâncias psicoativas, pois não existe uma resposta plausível, o que deve acontecer é uma diferenciação clara do que é um usuário e o que é um traficante, qual a quantidade máxima do entorpecente que uma pessoa normal poderia consumir em um único dia, já que o foco da discussão é a descriminalização, não a liberação do uso da Droga. O que também deveria ser estudado, já que exterminar com o consumo é impossível, utilizemos do famoso ditado “se não pode vencê-los, junte-se a eles”, ou seja, faça como foi feito com o cigarro e com o álcool, libere o uso, deixe que as pessoas escolham, que exerçam seu direito de ir e vir, criem leis regulamentares, eduquem os usuários, assim como estão fazendo com os fumantes no País, façam como na Holanda, que o comércio e o uso do entorpecente não caracterizam crime, desde que o usuário só leve com ele a quantidade necessária para uso pessoal e que utilize nos locais apropriados, conhecidos lá como Coffe Shops, onde também se comercializa a droga. Alguém poderá dizer que o Brasil não está preparado para isso, mais faz vista grossa ao vizinho que passa fumante um baseado ao seu lado na rua, ou os grupinhos que se reúnem muitas vezes em plena luz do dia para fazer uso da droga, algo que poderia ser evitado se houvessem os locais apropriados para isso, já que não se pode impedi-los de utilizar, que pelo menos façam isso em locais apropriados, que existindo auxiliariam o trabalho da polícia que só teria como função estabelecer a ordem, pois o usuário que tentasse fazer uso do entorpecente fora do local apropriado deveria ser detido por desacato, não tendo mais desculpas que justifiquem sua conduta.
Outro ponto favorável na liberação, que não aconteceria somente com a descriminalização, diria respeito ao tráfico da droga, que seria em muito reduzido, pois a Maconha ainda é a Droga mais utilizada, e que mantém o “cliente” ativo por muito mais tempo em relação às demais, ou seja, ainda é base de lucro do tráfico. Que ficaria muito enfraquecido se perdesse seu produto mais procurado, e de maior lucratividade em longo prazo, pois os compradores e usuários têm um tempo de consumo mais amplo em relação aos consumidores de drogas mais pesadas. Há quem diga que a maconha é a porta de entrada para as drogas mais pesadas, como outros dizem ser cigarro e/ou o álcool, ou seja, qualquer substância psicoativa pode lhe conduzir as drogas mais pesadas, a escolha ainda está nas mãos do usuário. Entretanto existe um fator muito mais influente na questão da não liberação e descriminalização da Maconha, algo que afetaria diretamente a política nacional, que seria a falta de recursos para campanhas, sim recursos para campanhas, ou ainda existem pessoas que acham que só empresas lícitas apóiam candidaturas políticas? Se houverem, que Deus tenha pena de suas almas, pobres ingênuos...
Claro que esse processo de liberação e descriminalização não deve acontecer da noite para o dia, deve ser conduzido de maneira responsável, por pessoas integras e competentes ( o que diga-se de passagem é o que menos existe em nosso governo), criando-se leis duras e não interpretativas, ou seja, que sejam aplicadas de igual forma por todos e para todos, culminando assim no enfraquecimento do tráfico e contribuindo para uma maior conscientização da população no que diz respeito ao consumo de drogas, que exista maior dialogo sobre o tema em âmbito familiar, pois grande parte do caráter e das necessidades que uma pessoa acaba procurando sanar com as drogas vem de casa, pois quem encontrar carinho e respeito dentro de casa, não precisará se refugiar e procurar compreensão escondido atrás da fumaça de um cigarro de Maconha.
By: Rivaldo Yagi
P.s.: Como sei que muitos vão pensar depois de ler esse post que sou só mais um viciado inconformado, gostaria de deixar claro que nunca fui usuário de drogas ilícitas, nunca me interessei ao menos em experimentar as mesmas, meus únicos vícios são o futebol, a cerveja e escrever. Tenho muitos amigos usuários, convivo diariamente com eles e sei que são boas pessoas, mais que infelizmente faltou algo em suas vidas, algo que fez com que procurassem substituir pelo que os mesmos chamam de prazer momentâneo obtido através do uso das Drogas. Nada diferente do que faço quando saio para beber e do que um fumante faz ao acender cada cigarro, guardadas as devidas proporções, todos buscamos refugio em um vicio, alguns de maneira saudável, outros nem tanto, o que vai definir isso é a estrutura familiar psicológica de cada um.
Um comentário:
Bonitas palavras no combate ao uso de drogas. Sou Filho de Deus e tenho minha espiritualidade ligada a meus ancestrais que muito antes dos brancos vivem nesta Terra. Sou Pajé sacerdote por natureza e faço uso de ervas para entrar em contato com as entidades em que acredito. O uso indiscriminado pra nós, é escravidão causado pelo mesmo seja o Pakaya(tabaco), a Artemísia ou a Santa Kaya(Maconha). Pela constituição temos o direito de expressar a nossa cultura. A Santa Kaya não é nossa por origem, foi-nos presenteada através de nossos irmãos negros, no inicio do séc.XVI com os primeiros escravos trazidos da África. Irmão, no Brasil isso não vai ser legalizado nunca.
Primeiro: você sabe quem são os verdadeiros produtores de Erva?Provavelmente não né!? Mas, se quiser conhecê-los basta ir em algumas câmaras de deputados e buscar alguns sobrenomes. São eles que ganham com isso.
Segundo: Maconha não dá grana! Não aqui no Brasil. É uma planta como outra qualquer nasce em qualquer lugar não dá dinheiro, se for legalizada. Essa é a lógica o tráfico gera Bilhões de dollares e vc acha que esse dinheiro vai pra onde, pras mãos dos traficantes do morro do alemão. Você viu a casa dele, tudo bem pra alguém que mora numa favela é grande coisa, mas pra quem é milionário é uma casinha simples.
Libertação essa é a palavra! Total!
Jah sabe, Jah vê!
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