sábado, 7 de fevereiro de 2009

Liberdade Condicional


Desde o dia em que nascemos, somos condicionados a acreditar que somos livres. Que temos liberdade para fazer o que quisermos, e se quisermos.
Mas sabemos que não é bem assim, pois sempre devemos satisfações a alguém no que diz respeito aos nossos atos, nossos pais, patrões, conjugues, e por aí vai. Ninguém é 100% livre, todos temos obrigações, coisas a fazer que não podem simplesmente ser deixadas de lado, vivemos como prisioneiros da rotina, cheios de horários e tarefas a cumprir.
Sem nos darmos conta acabamos por viver um estilo parcial de liberdade, uma liberdade restrita a que chamamos de Liberdade Condicional. Pois apesar de termos o direito de ir e vir, não podemos invadir a individualidade alheia, temos a obrigação de respeitar o espaço de cada um e assim ficamos privados de nossa liberdade, o que acaba por ser um pouco irônico, já que a palavra LIBERDADE dentre suas descrições não se encontram alusões a limites. A liberdade em sua essência é ilimitada, não a parâmetros, regras, um fim pré-determinado.
Talvez o ser humano seja o único animal na face da terra que impõe “limites” a sua liberdade, já que os demais seres vivos seguem a direção que querem, no momento que querem e com quem quiserem. A única explicação cabível para sermos os únicos seres a nos privar de nossa liberdade plena, é o fato de termos desenvolvido nosso lado racional, bloqueando muitas vezes nossos instintos animais. Podendo assim conviver harmoniosamente uns com os outros, sem precisarmos destruir um semelhante para conquistar nosso espaço, nossa colocação no grupo.
E para que pudéssemos conquistar essa socialização, tivemos de abrir mão de alguma coisa, e essa coisa foi nossa liberdade plena. Tivemos que nos impor limites, criar regras, respeitar essas regras e assim nos enclausurarmos em um universo caótico onde ter limites é essencial, e por fim obrigados a vivermos reféns de nossa Liberdade Condicional.

By: Rivaldo yagi

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