sábado, 15 de maio de 2010

Nada justifica

Dia destes, subindo pela Av. João Pessoa, em Porto Alegre, passei por um sujeito que estava sentado numa soleira de porta, mão estendida, pedindo um “ajutório”. Não lhe vi nada que pudesse justificar a mendicância, jovem ainda, barba crescida e sem um braço. Fiquei pensando: será que é pela falta de um braço que ele está pedindo esmolas? E aí me lembrei de atletas que correm sem as pernas, com pernas mecânicas, quero dizer, gente que disputa olimpíadas de natação sem uma perna, sem um braço, gente com o corpo por metade.
Por que aquele sujeito pedia esmolas “só” por não ter um braço? Porque é covarde, acomodado, vê-se como
vítima da vida. E assim vivem muitas pessoas, perfeitas, corpos saudáveis, braços, pernas, cabeça boa e… vadias.
Chorões existenciais. Nenhum defeito físico justifica a pobreza na vida. Só a vagabundagem da cabeça é que
pode justificar. Vontades transformam misérias em riquezas. Vontades.
Luiz carlos Prates

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Os textos do Luiz Carlos Prates são ótimos!

http://every-here.blogspot.com/